Observa-se, hoje, que a Associação Pé no Pedal é cada vez mais bem-vista no cenário ciclístico do país, no entanto esse trabalho já faz algum tempo. O presente Histórico deseja resgatar esse percurso a fim de que fique na memória de todos os ciclistas associados. Os primeiros componentes perguntavam-se: "Vamos debater regras e ciclovias com o poder público?", "Limitaremos o número de participantes e seremos um grupo aberto?", "O que queremos como Missão?", entre outras questões cruciais que impactariam diretamente no sucesso e reconhecimento atuais.
Iniciemos os fatos, percorrendo juntos esse trajeto de conquistas.
Ademir Antonio Wencznovicz, (mais conhecido como“29”), começou a pedalar no dia 01 de janeiro de 2014, após as festas de final de ano nas quais exagera-se em bebida e comida. Ele pedalou sozinho, sem água, com bike simples emprestada do seu irmão, sem estrutura de apoio, até o “Vaccaro Cia”, no trevo de Quatro irmãos. Tomou gosto, embora o cansaço. Após o primeiro feito, continuou a pedalar regularmente na cidade e, sentindo-se mais forte, chamou o amigo Marcos R. Mustefaga, que o acompanhou também com uma bike emprestada. Nessa ocasião percorreram voltas na cidade. Ademir, após pedalar mais regularmente, convidou novamente Marcos Mustefaga, em um outro momento, para o primeiro pedal mais longo e foram - a princípio novamente até o Vaccaro - mas “29” foi um pouco além. O episódio foi o primeiro “brete” da Associação, pois Marcos não imaginava o cansaço, advindo da distância que percorrida.
Plantou-se ali a semente, a paixão do pedal!
Paulo Ricardo Zanardo percebe o movimento da dupla e chama ambos para pedalar, juntamente com Luiz Brasil Fiori, fundador do grupo “DPDAL”. Essa turma tinha uniforme estabelecido, já existia informalmente como grupo. Participavam desses primeiros pedais os seguintes componentes: André Zucolotto, Elson Rosset, Jorge Luiz Czebieluka, Ney Zulian, Orlando Pedro Pase.
Primeira reunião oficial
Nas conversas entre si, e nos pedais que frequentavam em outras cidades, conheceram grupos bem articulados, mas alguns com a proposta de limite de componentes. Assim, algumas ideias principais começam a fomentar na imaginação de Ademir A. Wencznovicz: 1) Incentivar e desenvolver o ciclismo; 2) transformar o ciclismo em modal de transporte por meio das ciclovias; 3) e prestar apoio aos ciclistas. Aos poucos formata-se a Associação, e nasce convicta a fim de ser a “porta de entrada “ para o ciclo-turismo, isto é, após o contato com o esporte, as pessoas fariam opção para a modalidade do seu gosto: Speed, MTB, Downhill, Audax, XCO, XCM, ciclismo de competição, pedais pequenos, pedais temáticos, enfim.
Um fato importante ocorre em Junho de 2014, quando a turma ciclista do “Trail Itália”, também constituída, volta de um pedal na Itália e é convidada, 15 dias depois, para uma reunião com o intuito de juntar forças e formar a associação. Entretanto, essa ideia conjunta não prosperou, já que a turma do “Trail Itália” cultivava outros objetivos. Isso em nada desestimulou a turma a formalizar o projeto da Associação. Para o grupo iniciante, sábado à tarde tornou-se o período mais importante da semana, pois aconteciam os pedais. Colocava-se o aviso no Face, e a saída era do bar do “Zulian”, puxados em sua maioria por Ney Zulian. O trajeto definido na hora. Desse modo, outros ciclistas começaram a participar e o grupo tornou-se forte.
Brota, na equipe, o desejo de adotar um nome a semelhança desses outros grupos. Já circulava em Erechim o grupo denominado “Pedalor” e cogitou-se adotar a mesma nomenclatura e simbologia, mas essa tese, submetida à votação, informalmente, não convenceu. Em um segundo momento, surge a possibilidade do nome ser “Os amigos do DPDAL”, o que também não surtiu efeito. Como foi então a origem do nome “Pé no pedal”? Em conversas assíduas, Rafael Sloch, Marcos R. Mustefaga e Ademir A. Wencznovicz chegaram num consenso: “Pé no Pedal”, que transmite a mensagem do que precisa ser feito: PEDALAR. Rafael Sloch dedica-se a criar o símbolo que traduziria essa filosofia. Conclui a arte final do no dia 06 de outubro de 2014 e envia sua criação por email para Ademir. Constitui-se de um pé, calçando uma sapatilha, sobre um pedal em movimento. Posteriormente foi submetida ao grupo de amigos praticantes e aprovada de forma unânime. A partir de então, o símbolo tornou-se um ícone do ciclismo em nosso país.
Ademir A. Wencznovicz começa a se preocupar com a formalização do grupo. Afirmava ele: “...se a associação quer prosperar, deve consolidar-se como entidade jurídica, obter seu cnpj, definir objetivos e finalidade, promover um grande evento”.
Primeiro rally bike Erechim
Com o aumento contínuo de ciclistas, esse grupo de amigos entusiastas desportistas do ciclismo, idealizaram a primeira prova de cicloturismo denominada de “I Rally Bike”, um circuito amador de Mountain Bike. Utilizariam a estrutura para as inscrições e conhecimento de trajeto do Rally de carros do Automóvel Clube – as Bikes passariam inclusive nos mesmos trajetos - e prestariam homenagem ao aniversário do Município de Erechim. Por isso traçam os 96 km, o primeiro pedal, em maio de 2014, com o número surpreendente de 136 participantes e largada na praça da Bandeira.
Até então um evento dessa natureza não tinha sido efetivado ainda. Ninguém sabia como realizar evento com tal envergadura. Desse modo, no I Rally Bike, os ciclistas pedalaram em comboio e o ponto de apoio constituía-se em um carro que acompanhava o pelotão. Muitos se perderam no trajeto, porque também ainda não havia a noção de marcação. Nesse primeiro Rally, a preocupação com a natureza esteve presente, já que os ciclistas passavam em frente a uma enorme caixa d’água do sistema. conscientizando a todos sobe o uso racional desse bem maior.
Assim fortifica-se cada vez mais o projeto da Associação, pois foi estabelecida a referência ao cicloturismo. Esse primeiro evento superou as expectativas e o sucesso foi tamanho que desafiou os fundadores a idealizar uma instituição maior: A “Associação Ciclística Pé No Pedal Erechim/RS”, com o intuito de difundir o Ciclismo para os adeptos ao esporte. Esse movimento todo resulta no fato mais importante em 07 de agosto de 2014, pois “Pé no Pedal” encaminha sua ATA DE FUNDAÇÃO e o ciclismo Erechinense realiza um significativo passo em busca do crescimento do uso da bicicleta. Enfim, o Alto Uruguai Gaúcho conquista espaço em âmbito nacional. A primeira diretoria foi assim constituída: Presidente: Ademir Antonio Wencznovicz; Vice-Presidente: Paulo Ricardo Zanardo; Tesoureiro: Marcos Roberto Mustefaga; Secretário: Orlando Pedro Pase; Conselho Fiscal: André Zucolotto, Elson Rosset, Renato Adami Junior; Suplentes - Luiz Brasil Fiori, Rafael Sloch, Jorge Luiz Czebieluka.
A “Associação Ciclística Pé No Pedal” define-se, hoje, como pessoa jurídica de direito privado, não possui fins lucrativos, é apolítica e apartidária. Ademais assume como objetivos e finalidades divulgar a cultura e o uso da bicicleta e da ciclomobilidade; defender e representar os direitos dos ciclistas, judicial e extrajudicialmente; promover a defesa, preservação e conservação do meio ambiente, mediante ações concretas; atuar perante organizações governamentais, legislativas, judiciárias, empresariais e da sociedade civil apresentando e apoiando projetos técnicos; defender leis e atos normativos, participando de reuniões, conselhos e comissões dos poderes públicos em todas suas esferas; desenvolver parcerias e convênios, projetos e urbanismo que contemplem a ciclomobilidade;
incentivar e divulgar estudos e pesquisas de qualquer natureza, sobre ciclomobilidade, mobilidade urbana, engenharia de trânsito, sociologia do transporte; assim como todo e qualquer tema concernente à ciclomobilidade, entre outras finalidades. A consolidação da Associação se efetiva por completo com a realização de outros eventos ainda no mesmo ano, como a criação do adesivo de alerta e proteção aos ciclistas, e o pedal do “Outubro Rosa”.
Associados Pé no pedal e Voluntários do Rally Bike
No ano seguinte, em 2015, realiza categoricamente o II Rally Bike - Pé No Pedal, largando em frente ao estádio Ypiranga e sucessivamente, até os dias de hoje, não parou de promover o maior evento de cicloturismo dividido em três categorias: o percurso “Light” em torno de 35 km, o “sport” de 60 km “Pro” de 100 km.
Com intuito de comemorar o aniversário da cidade de Erechim/RS, acompanhou os 102 anos de Erechim/RS, em 2020, por meio de um trajeto de cicloturismo com 102 km por toda Região do Alto Uruguai. Somando-se a esses eventos comemorativos, a Associação Ciclística Pé No Pedal, idealiza e incentiva o pedal mirim, também, conhecido como “Rally Bike Kids”, com o ideal de criar o hábito entre as crianças e adolescentes na prática de atividades saudáveis. A Associação Ciclística “Associação Pé No Pedal” apoia decididamente o ciclismo de competição no qual participa e realiza uma das etapas do Campeonato de Mountain Bike, Circuito Planalto Médio De Ciclismo. Assume claramente que é aberta a todos e acolhe os iniciantes que desejam pedalar, por meio de pedais denominados de “leves”, com o acompanhamento de ciclistas experientes e o suporte necessário. Adota, para isso o sistema de padrinhos, isto é, os mais antigos conduzem e orientam os iniciantes em relação ao enfrentamento do trajeto e uso correto do equipamento. Promove, por fim, com antecipação de vários dias, os pedais temáticos durante o ano, levando os ciclistas às agroindústrias da região, aos belos recantos paisagísticos, às comunidades do interior, valorizando a cultura e a gastronomia.
A associação assume para o futuro, como sua identidade primordial, o “Rally Bike” e procura consolidar sua identidade e credibilidade como instituição e, dessa forma, preservar e conquistar seus patrocinadores. Organiza-se, moderniza-se em departamentos para atender a todas as demandas e planeja com carinho sua Missão, seus Princípios e seus Valores para os próximos anos. Com devido respeito, agradece a todos os presidentes que assumiram o trabalho anterior e construíram a história plena de sucesso: Ademir Antonio Wencznovicz, dois anos, Marcelo Andreolla nos últimos 4 anos, e Renan Tedesco, que lidera os trabalhos nos dias de hoje.
Não se compra felicidade, mas pode-se comprar bicicleta. A Bicicleta – apelido carinhoso de “magrela” - é instrumento de lazer, trabalho, qualidade de vida e inspiração para desafiar a si mesmo. Por meio de cada pedal, trilha, montanha, o ciclista vivencia a cultura da Bike e percorre o seu traçado de vida.
"A vida é como andar de bicicleta: para ter
equilíbrio você tem que se manter em movimento"
(Albert Einstein)